Jorge Luiz Antonio on Sat, 14 Dec 2002 22:41:05 +0100 (CET)


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[nettime-lat] A poesia de Cesário Verde


Cores, forma, luz, movimento:
a poesia de Cesário Verde
Jorge Luiz Antonio




Prefácio de E. M. de Melo e Castro
Texto da orelha do livro: Irene Machado
Capa de Daniel Barone a partir de infopoesia do autor
Apoio: FAPESP
Musa Editora / FAPESP
354 páginas, formato 16 X 29cm
ISBN: 85-85653-58-2
R$ Preço especial de fim de ano
Musa Editora
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Telefone e fax: 11 38652-2586 e 3871-5580
Email: musaeditora@uol.com.br


"De todas as maneiras que lemos Cesário Verde, a imagem visual salta-nos aos
olhos nas poesias e até nas cartas. A grande maioria dos seus textos parece
apresentar um olho que analisa a realidade em todas as direções, de todas as
formas possíveis, com todos os órgãos dos sentidos, abrangendo os mais
diferentes significados." (p. 16)

Homens de carga! Assim as bestas vão curvadas! (p.221)

Povo! No pano cru rasgado das camisas
Uma bandeira penso que transluz!
Com ela sofres, bebes, agonizas:
Listrões de vinho lançam-lhe divisas,
E os suspensórios traçam-lhe uma cruz! (idem)

                     Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
                     As edificações somente emadeiradas:
                     Como morcegos, ao cair das badaladas,
                     Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros (p. 257)

De que forma podemos perceber que uma poesia traz procedimentos de
composição que se assemelham com a pintura?
Cores, forma, luz, movimento: a poesia de Cesário Verde é o estudo da
linguagem poética de O Livro de Cesário Verde, com o objetivo de estabelecer
as relações entre a poesia e a pintura realista impressionista. O livro
oferece ao leitor uma biografia resumida do poeta, vasta fortuna crítica,
uma síntese do estudo da relação entre a poesia e a pintura de um modo
geral, para focar a poesia que se mostra como pintura realista
impressionista.
Numa linguagem simples, contando com uma série de exemplos, o autor procurou
reunir elementos para que o apreciador de poesia possa também fazer suas
análises e melhor entender a linguagem de um português que foi considerado,
pelo grande Fernando Pessoa, como um dos três mestres da Modernidade (ao
lado de Antero de Quental e Camilo Pessanha).
Além de fornecer uma bibliografia extensa e atualizada de, sobre e para
Cesário Verde, o apreciador de poesia poderá fruir boa parte da obra de José
Joaquim Cesário Verde (1855-1886) numa antologia escolhida especialmente
preparada para que os leitores possam constatar a riqueza dessa obra
poética.
O leitor também poderá apreciar um percurso histórico pela poesia portuguesa
sob o ponto de vista da visualidade, para chegar ao conceito de
poesia-pintura, que vai ser o ponto de partida para a análise de poemas como
Cristalizações, O Sentimento Dum Ocidental, Manhãs Brumosas, e
Contrariedades.
Jorge Luiz Antonio é autor de Almeida Júnior através dos tempos (1983), tem
vários artigos em revistas impressas e eletrônicas, desenvolve doutorado
sobre poesia digital no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e
Semiótica na PUC SP, leciona na Faculdade Senac de Comunicação e Artes, em
São Paulo, e elabora uma pesquisa sob o título de Brazilian Digital Art and
Poetry on the Web:
http://www.vispo.com/misc/BrazilianDigitalPoetry.htm.





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